OSCAR 2014 – Cobertura Completa

2 03 2014

Chegou a hora! Cinéfilos de todo o mundo se reúnem e torcem pelos seus favoritos na maior festa do cinema mundial: a 86ª edição da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, o Oscar!

Esse ano, Clube de Compras Dallas, Ela, Nebraska, Philomena, Capitão Phillips, O Lobo de Wall Street disputam a categoria de melhor filme com os francos favoritos: Gravidade, Trapaça e 12 Anos de Escravidão, que possuem a maior quantidade de indicações!

Então, o Universo E! convida a todos a nos acompanhar na cobertura do Oscar 2014. O endereço você já sabe qual é, o nosso Twitter: http://twitter.com/universo_e! (última atualizações do perfil ficam na coluna à sua direita)

And Oscar goes to…





As canções originais dos filmes da Terra-Média

15 02 2014

Foi em 21 de outubro de 2011, mais precisamente aqui, a primeira vez que observei o talento de Ed Sheeran. Cantor e compositor, o britânico completará 23 anos nessa segunda-feira, dia 17, e desde aquele fatídico clipe musical, em que era substituído pelo igualmente ruivo Rupert Grint, passei a acompanhar com o interesse qualquer movimentação de sua carreira.

Mas surpresa grande mesmo ocorreu ao final da pré-estreia de O Hobbit: A Desolação de Smaug em dezembro do ano passado, quando a voz desse simpático cantor surgiu após Bilbo se indagar o quê – ele e os anões – fizeram.

Por ter uma admiração muito grande pela trilha sonora dos filmes (principalmente a da trilogia de O Senhor dos Anéis), um excelente e belíssimo trabalho do compositor Howard Shore, que manteve a qualidade no primeiro O Hobbit, mas não atingiu a mesma genialidade em A Desolação de Smaug, que considero possuir a trilha menos marcante de todos. Mesmo assim, achei interessante listar nesse post os vídeos da cinco canções originais feitas especialmente para os filmes. Músicas, letras e melodias que sempre me recordam de uma sensação muito boa: a de visitar a Terra-média dentro de um cinema! Músicas que curto SEMPRE. Todas as cinco:

O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel: May It Be, Enya

O Senhor dos Anéis – As Duas Torres: Gollum’s Song, Emiliana Torrini

O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei: Into the West, Annie Lennox (vencedora do Oscar de melhor canção original em 2004)

O Hobbit: Uma Jornada Inesperada: Song of the Lonely Mountain, Neil Finn

O Hobbit: A Desolação de Smaug: I See Fire, Ed Sheeran

Quem finalizará essa lista com O Hobbit: Lá e de Volta Outra Vez? Ansioso pela resposta!





Superman e Batman juntos, só em 2016!

18 01 2014

A Warner Bros alterou o início da produção do novo filme de Superman (Superman vs Batman) para meados de maio/junho desse ano e o lançamento do blockbuster foi espichado para 06 de maio de 2016. A data de estreia anteriormente prevista para ele (17/07/2015), agora será destinada ao filme Pan, baseado na obra original de Peter Pan, com Joe Wright na direção e, por enquanto, só com Hugh Jackman confirmado no elenco.

superman-batman-logo

Com a decisão, Superman vs Batman esvazia um calendário de 2015 recheado de grandes estreias, entre elas: o reboot de Quarteto Fantástico, Os Vingadores 2: A Era de Ultron, Terminator: Genesis, Independence Day 2, Jogos Vorazes: Esperança – Parte 2 e Star Wars: Episódio VII. De acordo com a Variety, a opção pelo adiamento ocorreu para que os produtores pudessem realizar completamente a visão complexa que possuem para o longa.

Quem está sob pressão após esse reagendamento de datas é o tão criticado Ben Affleck (cujo Argo venceu o Oscar de melhor filme no ano passado). O ator só estará disponível no final deste ano para dirigir Live by Night, que já tem data de estreia marcada para o Natal de 2015.

Superman vs Batman trará novamente o grande elenco que esteve presente em O Homem de Aço: além de Henry Cavill que vive o protagonista, retornam também Laurence Fishburne, Amy Adams e Diane Lane.

EDIT 26/01/2014 – A razão para a mudança da estreia em um ano tem um nome: Ben Affleck. Pois é grande a probabilidade do ator não vestir o uniforme negro do homem-morcego.

Tudo isso em grande parte pela recepção negativa dos fãs com o anúncio de Affleck como Batman. Por isso, além da alteração da data de estreia, possivelmente haverá no futuro um ‘desentendimento criativo’ entre o ator e o diretor Zack Snyder.

Toda uma desculpa para diminuir a importância dos fãs nessas alterações e nem deixar transparecer que um grande estúdio como a Warner Bros deixe-se influenciar tão fácil assim!





Dia 11/11 é dia do 14º Projeta Brasil Cinemark

5 11 2013

Próxima segunda-feira (dia 11), a rede Cinemark abre as portas de seus 65 complexos espalhados por todo o Brasil para apoiar o ascendente cinema brasileiro: é a 14ª edição do Projeta Brasil Cinemark.

Serão mais de 500 salas dedicadas exclusivamente aos filmes brasileiros. Na edição de 2013 serão 28 filmes selecionados, entre eles os possíveis candidatos brasileiros para o Oscar 2014: O Som ao Redor ( na categoria de melhor filme estrangeiro) e Uma História de Amor e Fúria (em melhor animação). Cada complexo da rede terá a sua programação específica, por isso, para mais informações, consulte a aqui a programação aqui do seu Cinemark mais próximo de sua residência.

Os ingressos custarão R$ 3,00 e toda a renda líquida total arrecadada será destinada para programas que incentivam e apoiam o cinema nacional. Apoie você também e prestigie o 14º Projeta Brasil Cinemark e vá conferir de perto a excelente fase pelo qual o cinema do Brasil vem passando, tanto em questão de público quanto na questão da qualidade dos filmes aqui feitos!

Confira os filmes que estarão em exibição, somente nesse dia 11 de novembro:

  1. Os Penetras
  2. De Pernas pro Ar 2
  3. O Som ao Redor
  4. Jorge Mautner – O Filho do Holocausto
  5. Tainá 3 – A Origem
  6. Colegas
  7. A Busca
  8. Vai que dá Certo
  9. Uma História de Amor e Fúria
  10. Meu Pé de Laranja Lima
  11. Somos tão Jovens
  12. Elena
  13. Giovanni Improtta
  14. Bonitinha mas Ordinária
  15. Faroeste Caboclo
  16. Odeio o Dia dos Namorados
  17. Minha Mãe é uma Peça
  18. O Concurso
  19. Renascimento do Parto
  20. Vendo ou Alugo
  21. Cine Holliúdi
  22. Flores Raras
  23. Se Puder… Dirija!
  24. A Casa da Mãe Joana
  25. O Tempo e o Vento
  26. Mato sem Cachorro
  27. Serra Pelada
  28. Meu Passado me Condena




ANÁLISE: Rush – No Limite da Emoção

28 10 2013

Uma coisa Rush – No Limite da Emoção deixa bem claro em toda a sua duração: a dualidade marcante entre os pilotos de sua história James Hunt (Chris Hemsworth, Thor e Os Vingadores) e Niki Lauda (Daniel Brühl, Edukators e Bastardos Inglórios), tanto em personalidade, quanto em pilotagem. Juntos, eles protagonizaram uma das maiores disputas entre pilotos da história da Fórmula 1. Dentro e fora dos circuitos.

Ao colocar os dois atores narrando a introdução da história de seus respectivos personagens, Ron Howard (diretor vencedor do Oscar por Uma Mente Brilhante e indicado na mesma categoria por Frost/Nixon) estabelece uma característica interessante de sua produção: ambos não são os protagonistas aqui e sim a rivalidade entre eles, que começa desde muito cedo, na Fórmula 3, categoria de base do automobilismo, e chega até aos holofotes da F-1.

Mesmo com muitas diferenças, algumas semelhanças marcaram a trajetória da carreira dos dois pilotos: por exemplo, a ausência do apoio familiar direto. James Hunt contava apenas com a ajuda de amigos que compunham a sua equipe, que se preocupavam apenas em colocá-lo dentro de um bom carro. Lauda vinha de uma tradicional família austríaca de negócios e suas aventuras pelas pistas não eram bem vistas aos olhos de seu pai. Resultado? Tentar a sorte por si mesmo e alcançar uma vaga na F-1 com dinheiro adquirido com um empréstimo. Tática utilizada também por seu grande rival para atingir o mesmo objetivo.

Extremamente concentrado e focado, Niki Lauda alcançava cada vez mais fama e admiração através de sua disciplina, aliada aos seus conhecimentos técnicos de mecânica e aerodinâmica dos carros de corrida, o que inclusive é muito bem explanado pelo roteiro (lapidado pelas mãos de Peter Morgan, que repete aqui a parceria feita com Howard em Frost/Nixon e também responsável pelo roteiro de Além da Vida), que consegue em algumas rápidas cenas, explicar tal habilidade até mesmo para aqueles que desconhecem tudo aquilo que envolve uma corrida de carro. James Hunt, por outro lado, tinha o seu talento nato (não é a toa que o mesmo conquiste em determinado ano o prêmio de melhor piloto da temporada pela imprensa especializada), um dom mesmo e não algo conquistado, estudado ou aperfeiçoado. Quando não estava dentro de seu cockpit, as preocupações de Hunt limitavam-se a bebidas, mulheres e festas, não necessariamente nessa ordem.

Em meio a tantas disputas e brigas entre os pilotos, Rush ainda consegue abordar um pouco a vida pessoal destes e ainda encontra espaço para alocar passagens bem-humoradas, sejam elas as constantes provocações de Hunt em cima do adversário ou as implicações da falta de sociabilidade, de tato com as outras pessoas, de Lauda: como ser impedido de entrar numa festa. E a partir daí: depender de uma carona para retornar para casa, conseguir explicar o quanto sua bunda é importante na identificação de problemas mecânicos em um veículo e o seu sucesso nas pistas ser o real motivo para dois marmanjos o auxiliarem no meio da estrada e não a beleza da mulher que o acompanhava, Marlene (Alexandra Maria Lara, de A Queda! As Últimas Horas de Hitler e Velhas Juventude) que viria a ser a sua esposa. Vale salientar até aqui o excepcional trabalho nas atuações de Chris e Daniel, responsáveis pela absoluta imersão do espectador na trama ao conseguirem se desvencilhar de suas personalidades e convencerem como pilotos profissionais.

Antecedida por problemas financeiros de Hunt, enquanto seu rival já alcançara a Scuderia Ferrari, a trama de Rush chega ao campeonato de 1976, o ano do ápice da rivalidade entre os dois. Aqui Rush estabelece um ritmo alucinante ao abordar algumas corridas existentes no calendário daquele ano e beneficiado, claro, pela intensa disputa ponto a ponto entre Hunt e Lauda a cada grande prêmio. A dramaticidade e apreensão também ganham peso ao abordarem os tempos tenebrosos que a Fórmula 1 enfrentava na época com os vários acidentes graves e fatais em suas corridas e dos quais Niki Lauda foi uma de suas mais conhecidas vítimas, durante o GP da Alemanha de 1976, no lendário circuito de Nurburgring, considerado naquele tempo como o cemitério da F-1.

Nesse ponto, Rush – No Limite da Emoção nos apresenta outro ponto positivo de sua narração: os efeitos, tantos visuais quanto sonoros. Desde a recriação histórica dos circuitos (entre eles o de Interlagos em São Paulo) até a caracterização das feridas deixadas pelas queimaduras no rosto de Daniel Brühl. Efeitos visuais, felizmente, aperfeiçoados durante a projeção, já que na sua primeira metade de duração, algumas ultrapassagens e até batidas entre os carros soavam artificiais demais. Já no aspecto sonoro, os sons foram ótimos instrumentos para realçar a dramaticidade da trama, especialmente no seu ato principal, durante as corridas da temporada de 76 com o ronco dos motores, a combustão dos pistões. Um trabalho de primeira qualidade.

O mais novo trabalho de Ron Howard se revela uma grata surpresa nas estreias de 2013, sabendo utilizar e recriar todos os grandes momentos da história de um mundo avesso ao da cinematografia: o automobilismo e em especial a Fórmula 1. E igualmente surpreendente foi a inteligente escolha da história em si adotar uma abordagem que fosse equidistante dos dois pilotos, uma abordagem onde não há heróis e nem vilões. Há sim, dois competidores disputando entre si pelo campeonato do qual participam. E com essa competição e suas diferenças pessoais que despertavam, entre eles, o melhor de cada um, tornando-se um combustível indispensável para Niki Lauda e James Hunt buscarem a excelência em suas performances em pista. E possibilitou a realização desse grande filme.

NOTA: 5/5





Saul Bass homenageado pelo Google

8 05 2013

O americano Saul Bass pode ser, facilmente, considerado uma das mentes mais criativas da humanidade. Sua imaginação está presente nos logotipos de empresas como a United Airlines, AT&T ou Warner Communications

Mas foi através de suas ilustres aberturas de filmes que seu nome ficou conhecido realizando parcerias com renomados mestres da 7ª Arte: Alfred Hitchcock, Martin Scorsese, Stanley Kubrick, só para citarmos alguns… No ano de 1968 ganhou o Oscar de melhor curta-documentário pela produção Why Man Creates (Por Que o Homem Cria, em tradução literal).

Logos criados por Saul Bass e reconhecidos mundialmente!

Logos criados por Saul Bass e reconhecidos mundialmente!

E nesse dia 08 de maio, quando completaria 93 anos de vida, Saul Bass ganha uma homenagem a sua altura com um doodle (logo comemorativo) do Google. Essa homenagem só podia ser deles mesmo. Confira!





Os Simpsons no Oscar 2013

22 02 2013

A animação amarela de Matt Groening, sucesso há mais de 20 anos nos EUA, no Brasil e no mundo, também marca presença no Oscar 2013. Maggie Simpson in The Longest Daycare ou O Longo Dia na Creche, numa tradução literal, concorre na categoria de melhor animação curta-metragem.

E o Universo E! traz mais essa animação para você:

Outra produção que concorre na mesma categoria, Paperman da Disney, você também pode conferir aqui!





Os preparativos para o Oscar 2013

22 02 2013

Antes mesmo da cerimônia ocorrer nesse domingo, o Universo E! já está fazendo a sua maior cobertura de um Oscar. A festa desse domingo irá começar depois de não só conferirmos praticamente todos os indicados a melhor filme, como também todos contarem com suas respectivas análises por aqui. Ocorreu com Argo, Lincoln, Amor, Django Livre e O Lado Bom da Vida. Os Miseráveis (em andamento) e A Hora mais Escura (em breve) receberão as suas análises. As Aventuras de Pi foi visto mas não será comentado e Indomável Sonhadora ficará pendente, podendo ser visto e criticado antes do domingo ou não.

Um esquema especial será montado ao longo do domingo e especialmente já no finalzinho da tarde. O nosso Facebook e nosso Tumblr farão a pré-cobertura ou de qualquer novidade que surja ao longo do dia e o Twitter, como sempre, ficará responsável pela cobertura completa da festa durante o seu andamento (aproveite para seguir e curtir nossas páginas nas redes sociais). As repercussões, é claro, ficarão nos post pós-Oscar 2013. As atualizações ao vivo dos tweets estarão disponíveis na coluna a direita do site, que ganhará destaque com maior espaço para a facilitar a leitura.

oscars

A empolgação está a mil. Só precisaremos contar com a sorte de não ocorrer nenhum dilúvio domingo a noite e internet e energia elétrica estejam 100%. Estamos preparando aquilo que será a maior cobertura já feita por aqui!

E claro, mais uma vez, contamos com a sua participação e os seus comentários. O Universo E! na maior celebração do cinema mundial!!!

Até breve!





ANÁLISE: O Lado Bom da Vida

20 02 2013

CORRIDA DE OURO – OSCAR 2013

Patrick ou simplesmente Pat, personagem de Bradley Cooper (Sem Limites e dos dois Se Beber, Não Case) acaba de sair de um hospital psiquiátrico em Baltimore, onde passou os últimos oito meses. Bipolar, sua internação foi necessária para controlar a sua agressividade e suas contínuas alterações de humor, principalmente após ver o seu casamento arruinado com a traição de sua esposa Nikki (a novata e desconhecida Brea Bee), o que agravou ainda mais a sua situação.

Na tentativa de aos poucos retomar a sua rotina habitual, Pat encontra muitas dificuldades de entrar nos eixos novamente: a decisão judicial que o mantem a uma distância regulamentar de Nikki, dificulta qualquer tentativa de reconciliação com a esposa; na escola onde trabalhava, todos os colegas tem um certo receio de estabelecer uma mínima conversação com ele, assim como seus vizinhos e conhecidos. Quem mais sofre com esse retorno ao convívio social de Pat são seus pais interpretados pela Jacki Weaver (Reino Animal e Picnic na Montanha Misteriosa) e o pelo indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante Robert de Niro (Os Bons Companheiros e Stardust – O Mistério da Estrela). Felizmente, nem todos temem uma aproximação de Pat e é exatamente durante o jantar numa casa de amigos que ele acaba conhecendo a irmã da anfitriã, Tiffany (papel da belíssima Jennifer Lawrence, Jogos Vorazes e Inverno da Alma), principal fio-condutor da trama.

As boas incursões de humor do roteiro de O Lado Bom da Vida são frutos da dinâmica e da química de Bradley Cooper e Jennifer Lawrence em tela com seus personagens problemáticos. Por não serem exatamente pessoas normais nunca sabemos o que realmente esperar deles, o que foi pouco explorado na adaptação do roteirista e diretor e duplamente nomeado ao Oscar, David O. Russell (O Vencedor e Três Reis). Uma abordagem maior dessa inesperada amizade poderia render mais bons momentos ao longa e o tornaria ainda mais divertido. Além de não explorar todo o potencial (e o talento dos atores) desses personagens, há inserção de outros personagens que aparecem uma hora ou outra, mas não são plenamente desenvolvidos, casos do doutor Cliff Patel (o indiano Anupam Kher) e terapeuta  de Pat e de seu colega de internação Danny, interpretado por Chris Tucker (trilogia A Hora do Rush e O Quinto Elemento).

Um ponto interessante a ser observado aqui é a irônica relação de Pat com o pai, que sente saudades da aproximação maior que tinha quando o filho era mais novo e as influências (na opinião dele e que são brilhantemente rebatidas porTiffany) que a distância gera na sua maior paixão: o futebol americano. A obsessão do senhor Pat com o esporte aliás, indica sintomas do TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo -, uma clara indicação de quem Pat herdara a sua bipolaridade.

Com uma história não mais razoável, não há nada de inovador na exploração da troca de favores entre o concurso de dança de Tiffany para que ela possa ser uma interlocutora entre Patrick e a ex-esposa e com um desfecho nem um pouco empolgante (Pequena Miss Sunshine se sai bem melhor em abordar algo semelhante) é até questionável O Lado Bom da Vida ser indicado em todas as principais categorias do Oscar – filme, diretor, ator, atriz e roteiro. Há os bons momentos, mas nada o suficiente que justifique uma premiação.

NOTA: 3/5

 





ANÁLISE: Amor

14 02 2013

CORRIDA DE OURO – OSCAR 2013

A nova produção de Michael Haneke (A Fita Branca e Violência Gratuita) conta a história de George e Anne Laurent, um casal há muito tempo casado e sem maiores preocupações na vida. Já contribuíram muito para a sociedade em que vivem e a filha, adulta e bem casada, não necessita mais da atenção ou dos cuidados deles.

O nosso primeiro contato com o cotidiano deles é a apresentação de concerto. Uma audiência lotada contemplando, metaforicamente, a audiência real, daqui de fora. Se não deixei nada passar, essa é a única cena não ambientada na casa dos Laurent. Amor, daqui por diante, se concentrará apenas e somente neles.

O longo tempo dividindo o mesmo teto revela um conhecimento muito profundo um do outro e demonstrado perfeitamente pelas interpretações de Jean-Louis Trintignant (A Fraternidade é Vermelha e O Conformista, com 82 anos de idade) e Emmanuelle Riva (Hiroshima Meu Amor e A Liberdade é Azul, completando 86 anos agora dia 24 de fevereiro, dia do Oscar!). Uma simples conversa passa para uma discussão sem alternância alguma no tom de voz ou alguma outra expressão de nervosismo. Claro sinal do tempo de convivência muito bem interpretado por eles e resultado do sentimento empregado para dar nome a produção.

É numa conversa, aliás, que se inicia todo o drama de Amor. Durante uma refeição, Anne sofre uma crise e fica imóvel diante da mesa, não respondendo aos estímulos e nem as perguntas de George. Percebendo a gravidade da situação, ele se prepara para pedir ajuda com a velocidade que a sua idade lhe permite. Aqui temos a marca registrada de Michael Haneke que sempre opta por uma câmera estática apontada para um único cômodo (ou corredor) da casa, enquanto os personagens ou o som (na maioria das vezes) se encarrega de dar continuidade a trama. O som da torneira aberta, nesse caso, assume a função de anunciar o fim da crise de Anne. Ao menos por enquanto.

A situação desse velho casal muda radicalmente quando uma cirurgia para o desentupimento da artéria carótida não é satisfatória e Anne, como sequela, tem todo o lado direito do corpo paralisado. A partir desse momento sai a elegância com que Haneke monta seus filmes para apreciarmos e chorarmos com a brilhante performance de Emmanuelle Riva. Jean-Louis, por sua vez, desempenha um papel fundamental em mostrar a dificuldade de adaptação de George a nova realidade onde sua esposa depende totalmente dele. Se a situação já não é séria o bastante, ele também tem que enfrentar o pessimismo dela com a própria situação ao acreditar se tornar um fardo pesado de se carregar agora.

Mesmo com todos os contra-tempos, George se mantem irremediável para que não haja alteração alguma na rotina do dia-a-dia dos dois, ou seja, para que não haja interferência e/ou presença de terceiros dentro de casa. Seja pela promessa feita de não levá-la à algum hospital ou clínica, seja por simplesmente não existir outra alternativa que sem colocá-los numa situação degradante. Mas não por muito tempo, já que a situação de Anne só piora com o passar dos dias. Quando uma das enfermeiras profissionais contratadas afirma que a lamentação “doi… doi… doi” dela seja apenas um reflexo comum as pessoas nesse estado, nos perguntamos: até que ponto isso é verdadeiro? Isso ocorre nesse caso?

Não há como descrever como os dois atores conseguem construir, dosar e controlar toda a intensa carga emocional de Amor. E não há dúvida que isso só venha com a experiência (e ambos tem uma extensa filmografia) para que possam assumir, destemidamente, tantos ápices dramáticos. Por isso, concordamos plenamente com a indicação de Emmanuelle Riva ao Oscar (a atriz mais velha a ser indicada, diga-se de passagem) e será inaceitável que ela saia das cerimônias de mãos vazias depois de testemunharmos o agravamento do estado de saúde de sua personagem. Para ficarmos num único exemplo, podemos citar a sequência quando, já bastante debilitada, Anne recebe a visita da filha – mas pode chamá-la de monstro – Eva (Isabelle Huppert, A Professora de Piano e Huckabees – A Vida é uma Comédia) e não consegue mais dialogar com as pessoas ou construir raciocínios e em nenhum momento é interrompida pela diabólica filha, mesmo essa presenciando tamanha dificuldade da mãe.

De forma alguma o trabalho de Jean-Louis deve ser desprezado. Principalmente porque é de George que vem os momentos mais fortes, dramáticos e arrebatadores de Amor. Resultado de um esforço hercúleo de cuidar da esposa e de não aceitar que a mesma desista de viver antes mesmo que ele desista dela como, fatalmente, vem a ocorrer. Só de relembrar e escrever tal passagem voltam a dor e o aperto no coração. Uma das cenas mais fortes e tocantes já realizadas pelo Cinema!

Assim, muito mais do que o amor, Michael Haneke constrói um drama que evidencia como tal sentimento, através da passagem do tempo, pode se tornar uma das mais fortes ligações invisíveis entre dois seres humanos. E como o amor, somente o amor, pode enfrentar e resistir as mais duras e cruéis barreiras impostas pela vida.

NOTA: 5/5








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Ex-Secretário de Estado da Educação e Ex-Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo. Atual Presidente e Imortal da Academia Paulista de Letras. Membro da Academia Brasileira de Educação. É o Reitor da UniRegistral. Palestrante e conferencista. Professor Universitário. Autor de dezenas de Livros: “Ética da Magistratura”, “A Rebelião da Toga”, “Ética Ambiental”, entre outros títulos.

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