ANÁLISE: Trapaça

17 02 2014

A cena de abertura de Trapaça explica muito bem porque Irving Rosenfeld (Christian Bale, trilogia O Cavaleiro das Trevas e O Vencedor) obteve tanto sucesso em seu ramo de atividade, a aplicação de golpes financeiros. Profissionalmente, ele tem a mesma paciência e a mesma preocupação com os mínimos detalhes que utiliza para esconder sua calvície.

Com a capacidade de enganar as pessoas desde criança, época em que quebrava vitrines alheias propositalmente para ajudar a vidraçaria de seu pai, Irving vê nas falcatruas que aplica uma pura questão de sobrevivência, onde simplesmente não tem ou não consegue obter outro modo de viver. Ciente da importância dessa discrição, ele sabiamente mantem sua esposa Rosalyn Rosenfeld (Jennifer Lawrence, da franquia Jogos Vorazes e de Inverno da Alma), pois seu comportamento bipolar e seu temperamento explosivo colocaria tudo a perder.

A parceira ideal para o mundo da trapaça Irving encontra em Sydney Prosser (Amy Adams, O Homem de Aço e Encantada), uma mulher sedutora que utiliza todo o seu charme para atrair cada vez mais clientes desesperados. Um charme que, aliado ao seu forjado sotaque britânico, atribuía um aspecto multinacional e legítimo à parceria desenvolvida por eles, resultando num aumento das cifras obtidas no final do ‘expediente’.

O círculo da trama apresentada por David O. Russell (que já trabalhou com boa parte do elenco deste longa em seus projetos anteriores como O Vencedor e O Lado Bom da Vida) se encerra com a participação de Bradley Cooper (Se Beber Não Case e O Lugar onde Tudo Termina) no papel de Richie DiMaso, o agente do FBI responsável por prender Irving e Sydney em flagrante. Ao invés de condená-los, Richie quer a cooperação do casal golpista na aplicação de mais quatro armações afim de pegar o maior número possível de estelionatários, incluindo aí políticos e grandes nomes da máfia americana envolvida nos jogos existentes na costa oeste americana.

Obcecado por um resultado vultuoso de sua operação, o que lhe garantiria um lugar de destaque dentro do FBI e não apenas um mero cargo administrativo dentro da agência, Richie não poupa e nem energia para que os corruptos venham a tona. Assim temos a sequência que abre o filme com o trio – Irving, Sydney e Richie – em uma reunião com o prefeito Carlito Polito (Jeremy Renner, Os Vingadores e Guerra ao Terror), onde tentam se utilizar da reconstrução de Nova Jersey para uma arrecadação irregular de milhões de dólares.

Se antes era previsto apenas o envolvimento de personagens de prestígio da política americana (senadores e congressistas), a aproximação exagerada com a máfia americana dos jogos de azar acaba exigindo passos mais elaborados e caro (com o aluguel de jato executivo e andares inteiros de hotéis luxuosos) do FBI, algo que Richie consegue a duras penas e com muita, literalmente, luta. Mas nem toda essa sofisticação foi capaz de enganar o ‘poderoso chefão’ dos jogos, o senhor Victor Tellegio (Robert De Niro, Os Bons Companheiros e Última Viagem a Vegas), que astuto e desconfiado, descobre a farsa do árabe mexicano. E como o próprio personagem de Bale afirma, essa descoberta os colocam em algo muito pior que a cadeia.

Trapaça cria um mergulho incrível do espectador na década de 70. Imersão que se inicia já com a exibição retrô do logo da Columbia, passa pela cena mais clichê possível dentro de uma danceteria com os passinhos à la John Travolta e chega ao figurino, que uso de decotes abusivos, tanto femininos quanto masculinos, e que se encaixam perfeitamente nas belas silhuetas de Amy Adams e Jennifer Lawrence.

Jennifer, aliás, que faz jus a sua indicação ao Oscar ao incorporar toda a explosão temperamental de Rosalyn, uma mulher que acredita piamente ser a responsável pela resolução de toda a trama, sendo que o máximo que conseguiu foi deixar ela, o filho e Irving jurados de morte. Mas o seu talento não para por aí e são memoráveis as cenas de humor por ela protagonizadas, principalmente na hora de manusear um ‘forno científico’ que “tira nutrientes da comida e ainda ateia fogo na casa”; o embate com Amy Adams no banheiro feminino ou todas as tentativas de atrair a atenção de todos, negativamente, nas confraternizações que o marido frequenta. Nesses momentos entendemos o porquê de Irving mantê-la afastada de tudo.

Com toda essa investigação, Richie equivocou-se em apenas uma atitude: a de confiar plenamente em Irving. O personagem de Christian Bale não se sentia nem um pouco a vontade de, lentamente, ir delatando seus companheiros para o FBI, principalmente o prefeito de Nova Jersey, quem considerava muito. E ser jurado de morte foi a gota d’água. Como bom trapaceiro que sempre foi e sem a possibilidade de voltar ao passado depois de tudo que fez, Irving trabalha sorrateiramente para amenizar tudo aquilo que causou, direcionando os passos da investigação para aquele que menos culpa teve: o cabeça por trás da operação, Richie. Um desfecho que ocorre abrupto demais.

Observa-se em Trapaça uma excelente escolha para uma sessão dupla com O Lobo de Wall Street, que abordam dois temas praticamente idênticos (golpes financeiros), mas trazem protagonistas de perfis complemente diferentes: aqui David O. Russel vem com um Christian Bale comedido e pés no chão, enquanto Martin Scorsese nos traz um excêntrico Leonardo DiCaprio. Ambos longas trazem coadjuvantes competentes, embora estes adquiram um valor narrativo bem maior do que o observado em O Lobo de Wall Street, até mesmo por estarem em menor quantidade e pela menor ambientação geográfica da história de Trapaça, onde a interação com a história principal é maior. Se em 2013 tivemos um insosso O Labo Bom da Vida, 2014 temos razões melhores para torcer pelo filme de David O. Russell no Oscar.

NOTA: 4/5

 





ANÁLISE: O Vencedor

20 02 2011

Nem sempre o apoio da família é o melhor caminho para o sucesso. Essa é a lição que Micky Ward (Mark Wahlberg, de Um Olhar do Paraíso e Os Inflitrados) aprende durante a difícil fase inicial de sua carreira como lutador de boxe.

Seu treinamento tem a ajuda inconstante de seu meio-irmão, Dick Eklund (Christian Bale, da franquia Batman e Inimigos Públicos), ex-lutador que teve sua chance de fazer história no esporte, mas a perdeu devido ao seu vício no crack e a sua mãe, Alice Ward (a polêmica do Oscar 2011 Melissa Leo, de 21 Gramas e da série Treme) como ‘agenciadora’ de lutas, sua empresária.

A grande dificuldade que Micky encontra nessa fase, já que perde todas as suas lutas e apanha muito de seus oponentes, deve-se ao fato de sua família estar mais preocupada em receber o dinheiro ganho com as partidas do que qualquer outra coisa. Em qualquer oportunidade que aparecer colocam Micky no ringue sem preocupação alguma.

Após uma derrota acachapante em uma luta arranjada de última hora, Micky acaba desistindo da carreira e tornando-se uma vergonha pública em sua cidade natal. Mesmo com tantos resultados negativos, há gente disposta a investir e acreditar no talento dele, mas a influência da família o faz não aceitar esse tipo de proposta. Se era o que realmente faltava, Dick se propõe a financiar o treinamento do irmão nem que precisasse roubar para isso.

Nesse meio tempo, Micky começa um relacionamento com Charlene Fleming (a ruiva Amy Adams, de Encantada e Prenda-me se for Capaz). Indiferente aos resultados da luta do rapaz, a garota cobra uma promessa dele, feita antes da última luta, de sair com ela, mesmo com o rosto todo machucado e cheio de curativos.

A guinada na história ocorre depois dos dois irmãos serem espancados e presos pela polícia da cidade. Fugindo dos policiais após ser pego em flagrante aplicando golpes para arrecadar dinheiro para investir no treino do irmão, Dick tenta se esconder em um bar onde sua família estava reunida, mas é impedido pelos seguranças do local. Micky, informado sobre o que acontece do lado de fora com seu irmão, sai do bar para tirar satisfações, mas também acaba sendo agredido. Resultado: após julgamento Micky é libertado com a mão direita fraturada e Dick vai para a cadeia.

Sem a presença do irmão, Micky vai aos poucos retomando sua carreira no boxe. Com auxílio de um senhor colega policial e com o investimento de um empresário local, ele volta aos ringues e consegue bons resultados. Claro que tudo isso com uma única condição: sem interferência da família.

Essa condição foi facilmente respeitada enquanto Dick encontrava-se preso. A partir do momento em que ele foi solto e embora ele não fosse o melhor apoio e o melhor para um esportista, o sentimento fraterno de Micky falou mais alto e acabou aceitando o retorno de Dick à academia de treinamento, desagradando sua namorada, o novo treiandor e o empresário. Tudo isso às vésperas de mais importante luta de sua carreira: a disputa pelo título mundial da categoria pesos-médio.

Esse novo conflito nos bastidores da carreira de Micky e próximo de uma luta tão importante é resolvido pela pessoa que menos esperávamos que fosse amenizar uma situação como essa: o próprio irmão dele. Dick, num lampejo de raro de consciência, corre atrás de cada daqueles que desistiram de apoiar o seu irmão por sua causa e os convence a voltar a torcer pelo seu irmão e aceitar a sua presença e o da família no ringue junto com Micky.

O Vencedor assim desenrola-se para o seu ato final e a conquista do título mundial por Micky. Falho nos momentos iniciais, em grande parte pela dificuldade de inserir paralelamente a história principal, a produção de um documentário sobre o ‘retorno de Dick Eklund aos ringues’ e que, na hora de exibição pela TV, tratava-se de outra coisa completamente diferente. E válido apenas até a metade da exibição, engessa um pouco o início do longa, divergindo do principal que é a história de superação de Micky. Quando O Vencedor passa a se focar somente na trajetória dele, o longa melhora sensivelmente.

Nas atuações, o filme tem o talento acima da média do quase irreconhecível Christian Bale, que vive Dick de uma forma muito intensa e espetacular ao se expressar, com tiques e tudo, como um viciado em crack. Mark Wahlberg tem um trabalho apagado aqui, uma atuação monótona, mas boa suficiente justamente por seu papel de Micky Ward não exigir muita energia, dando a sensação que ele é realmente assim apagado. E Melissa Leo, polêmica do Oscar 2011 por se auto-propagandear para a sua indicação de melhor atriz coadjuvante, interpreta a mãe deles (uma mulher com a incrível capacidade de gerar mulheres feias. Quanta filha baranga!) fazendo um bom trabalho, mas não tão bom o suficiente para ser reconhecido com uma premiação.

NOTA: 4/5





COBERTURA COMPLETA: Globo de Ouro 2011

16 01 2011
AS ATUALIZAÇÕES MAIS RECENTES SERÃO AS PRIMEIRAS. PORTANTO, A ORDEM DE LEITURA SERÁ DE BAIXO PARA CIMA

– Michael Douglas apresentando os indicados a melhor filme drama. E A RedEe Social ganha mais um Globo de Ouro.

– Chegou a vez de Sandra Bullock para apresentar os indicados para melhor ator drama. O vencedor é Colin Firth por O Discurso do Rei.

– Enquanto isso no Twitter… Globo de Ouro domina o trend topics mundial.

– Alice, Burlesque, Red passam batidos.  O Globo de Ouro dessa categoria para The Kids are All Right.

– A dupla dinâmica de Toy Story – Tom Hanks e TimAllen sobem ao palco para apresentarem os indicados a melhor filme comédia/musical.

– Vamos agora para as indicadas a melhor atriz defilme drama. E a ganhadora é: Natalie Portman por O Cisne Negro.

– Joseph Gordon-Levitt apresenta A Origem, que concorre a melhor filme drama. O favorito do Universo E!

– Mas o prêmio vai para Paul Giamatti por Minha Versão para o Amor.

– Halle Berry chega ao palco para apresentar os indicados a melhor ator de filme musical/comédia.  Com o Johnny Depp concorrendo por dois papéis ( O Turista e Alice).

– O Cisne Negro apresentado por Alicia Keys, concorrendo a melhor filme drama.

– Vamos para os indicados a melhor série musical/comédia: a grande vencedora é Glee, desbancando as favoritas Modern Family e The Big C.

– O caldo começa a engrossar.Os indicados para melhor direção: o grande vencedor é David Fincher por A Rede Social.

– Uma prévia de O Turista, concorrendo a melhor filme musical/comédia.

– Globo de Ouro homenageia Robert de Niro com trechos dos filmes que ele participou.

– A vez de Jeremy Irons apresentar as indicadas a melhoratriz de filme drama: vence The Fighter com Melissa Leo.

– Nada melhor para comemorar a renovação por três temporadas do que esse prêmio não?

– Os indicados a melhor ator de série musical/comédia.Apresentados por Kaley Cuoco, de The Big Bang Theory, que entrega o prêmio  para o seu colega Jim Parsons.

– O presidente dos EUA de The Event, Blair Underwood, anuncia a vencedora de melhor atriz de série musical/comédia. O prêmio sai para The Big C: Laura Linney, que não estava presente na cerimônia.

– Hellen Mirren nos apresenta um dos indicados amelhor filme drama: O Discurso do Rei.

– Robert Pattinson fica incumbido de apresentar os indicados a melhor filme estrangeiro.Dinamarca vence com In a Better World.

– Por mais que não gostem de Glee, tem que se admitir que os dois prêmios dessa noite foram merecidos.

– O Capitão América, Chris Evans, apresenta as indicadas a melhor atriz coadjuvante para séries, mini-série e filme para TV. E a honra vai para Jane Lynch de Glee. A série mantem a sua aura de sensação do momento, arrebatando prêmios ainda no seu segundo ano. E a febre Glee ainda não acabou.

– Steve Carrel e Tina Fey sobem ao palco e nos apresentam os indicados a melhor roteiro. E o Globo de Ouro vai para A Rede Social.

– Zach Efron apresenta mais um indicado para melhor filme musical/comédia:  The Kids All Right.

– Claire Danes sai vencedora por Temple Grandie.

– Depois deles, chegou a vez das indicadas para melhor atriz de filme para TV ou mini-série.

– Todos atentos para ouvir as palavras do mestre Al Pacino.

– Melhor ator de filme para TV ou mini-série. Nessas categorias somos peixes fora d’água. E o Globo de Ouro foi para Al Pacino em You don’t Know Jack.

– Nas palavras de Rick Gervais, vem aíum ícone de Hollywood: Sylvester Stalone para apresentar mais um indicado a melhor filme de drama: The Fighter.

– Robert Downey Jr, melhor ator do ano passado por Sherlock Holmes sobe ao palco para anunciar a melhor atriz de filme comédia/musical: Annete Benning por Minhas Mães e Meu Pai.

– “Vocês eram nascidos quando o primeiro Toy Story estreou?”. O produtor brinca com o cantor ao subir no palco.

– Justin Bieber sobe ao palco para apresentaros indicados a melhor animação. Meu Malvado Favorito, Como Treinar seu Dragão?, O Ilusionista, Enrolados e Toy Story 3. Vencedor:  a continuação do sucesso da Pixar – Toy Story 3.

– O Globo de Ouro de melhor trilha sonora agora. Globo de Ouro vai para A Rede Social. Injusto,  já que Hans Zimmer fez um trabalho excepcional em A Origem.

– Próximo anúncio, a de melhor canção original.E a vencedora é You haven’t seen the last of me de Burlesque.

– Rick Gervais diz que esse é o seu filme favorito.

– Andrew Garfield, que concorre por melhor atorcoadjuvante por A Rede Social, sobe ao palco para apresentar a produção da qual faz parte.

– E em seguida temos os indicados a melhor série drmática. Torcendo para The Walking Dead, mas o Globo de Ouro foi memsopara Boardwalk Empire. Mais um prêmio para a HBO.

– E na categoria de melhor ator de série dramática: Boardwalk Empire, Breaking Bad, Dexter, Mad Men e House estão no páreo. E Globo de Ouro foi para a badalada produção da HBO, Boardwalk Empire, para Steve Buscemi.

– A sumida Michele Pfeiffer vai ao palcopara nos apresentar a Alice no Paísdas Maravilhas.

– Melhor ator coadjuvante de série de TV, mini-Série ou filme para TV. E que surpresa: o prêmio vai para Glee, para Chris Colfer.- Bruce Willis no microfone agora e apresentaruma prévia de seu filme Red que concorre em melhorde comédia/musical.

– De volta dos comerciais, mais uma premiação. A de melhor filme para TV ou mini-série. A favorita The Paificé desbancada por Carlos.

– Começou! Com Rick Gervais fazendo referências a The Walking Dead, a última temporada de Lost.

– Scarlett Johansson sobe ao palco. Primeira premiação é de melhor ator coadjuvante. E o Globo de Ouro vai para o cabeludo Christian Bale por The Fighter (ainda não sei a tradução usada aqui no Brasil).

– A melhor atriz de série dramática: Katey Sagal por Sons of Anarchy.

– Os primeiros artistas já começam a desfilar pelo tapete vermelho de mais uma edição do Globo de Ouro.





ANÁLISE – Inimigos Públicos

31 08 2009

EM CARTAZ – É muito bom, dentre tantas inovações, tantas franquias, tantas fantasias, você entrar numa sala de cinema e acompanhar uma história que nos faz voltar ao passado e relembrar aqueles filmes (e me fizeram apaixonar pelo cinema) clássicos de Hollywood: o velho dilema entre policiais x bandidos – ou the good guys versus the bad guys.

E que história essa dirigida por Michael Mann. No momento pós quebra mundial da economia de 1929, vemos John Dillinger  (Johnny Depp, trilogia Piratas do Caribe, Swenney Todd e do inédito Alice no País das Maravilhas) em 1933 sendo o criminoso mais procurado pela polícia dos EUA.

O crime mais rentável na ocasião era o roubo a bancos – algo que Dillinger e seu bando fazia com maestria. E não só isso. Sempre audacioso, o personagem de Depp via-se ora ou outra encarcerado, mas o que não durava muito tempo. Pois seus ‘capangas’, juntamente com ele, davam um jeito de tira-lo da cadeia.

Por essa dificuldade de capturar e manter preso John Dillinger, que começou a ser criado (meio que involuntariamente) um segmento na polícia para tratar desses assaltantes de bancos – ramo não exclusivo de Dillinger – denominado Bureau of Investigation, que futuramente se tornaria o que hoje conhecemos como FBI ou Federal Bureau of Investigation.

Esse setor, sob comando do recém nominado Melvin Purvis (Christian Bale, Exterminador do Futuro 3 e Batman – O Cavaleiro das Trevas) começa a obter êxitos no combate a esse delito após alguns relativos fracassos. Outras quadrilhas acabam sendo encurraladas e desmanteladas, seja pela prisão ou pela morte de seus membros.

E é justamente aí que a operação de Melvin Purvis triunfa: tendo como principal objetivo Dillinger e seus colegas, Purvis começa uma caçada atrás deles que vai pouco a pouco eliminando um a um. O cerco policial, não obstante, também passa a interpelar os conhecidos de Dillinger, eliminando assim qualquer tipo de ajuda ou refúgio que o criminoso possa vir a obter – sejam de amigos, cafetinas, negociadores e até mesmo a sua namorada. E as escapadas de Dillinger vão se reduzindo, pois o ponto crucial dela – seus colegas – não está mais disposto ou realmente não pode mais apóia-lo.

O que resulta no desfecho que vemos, que é precedido por cenas belíssimas, não só pela ambientação, figurino e fotografia do filme, mas pelas atuações dignas de grandes astros como Johnny Depp, Christian Bale ou Marion Cotillard (Piaf – Um Hino ao Amor). Atores que nos convencem com suas interpretações e trazem vivacidade a seus personagens, sendo grandes destaques na obra.

E uma boa evidência disso é a surpresa, o desespero que nos acomete no ato derradeiro do longa. Afinal, estávamos torcendo até ali por um outro final inconscientemente, já que na realidade, sabíamos desde o início que “Inimigos Públicos” não poderia terminar de uma outra forma.

COTAÇÃO: 5/5








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Ex-Secretário de Estado da Educação e Ex-Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo. Atual Presidente e Imortal da Academia Paulista de Letras. Membro da Academia Brasileira de Educação. É o Reitor da UniRegistral. Palestrante e conferencista. Professor Universitário. Autor de dezenas de Livros: “Ética da Magistratura”, “A Rebelião da Toga”, “Ética Ambiental”, entre outros títulos.

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