ANÁLISE: Trapaça

17 02 2014

A cena de abertura de Trapaça explica muito bem porque Irving Rosenfeld (Christian Bale, trilogia O Cavaleiro das Trevas e O Vencedor) obteve tanto sucesso em seu ramo de atividade, a aplicação de golpes financeiros. Profissionalmente, ele tem a mesma paciência e a mesma preocupação com os mínimos detalhes que utiliza para esconder sua calvície.

Com a capacidade de enganar as pessoas desde criança, época em que quebrava vitrines alheias propositalmente para ajudar a vidraçaria de seu pai, Irving vê nas falcatruas que aplica uma pura questão de sobrevivência, onde simplesmente não tem ou não consegue obter outro modo de viver. Ciente da importância dessa discrição, ele sabiamente mantem sua esposa Rosalyn Rosenfeld (Jennifer Lawrence, da franquia Jogos Vorazes e de Inverno da Alma), pois seu comportamento bipolar e seu temperamento explosivo colocaria tudo a perder.

A parceira ideal para o mundo da trapaça Irving encontra em Sydney Prosser (Amy Adams, O Homem de Aço e Encantada), uma mulher sedutora que utiliza todo o seu charme para atrair cada vez mais clientes desesperados. Um charme que, aliado ao seu forjado sotaque britânico, atribuía um aspecto multinacional e legítimo à parceria desenvolvida por eles, resultando num aumento das cifras obtidas no final do ‘expediente’.

O círculo da trama apresentada por David O. Russell (que já trabalhou com boa parte do elenco deste longa em seus projetos anteriores como O Vencedor e O Lado Bom da Vida) se encerra com a participação de Bradley Cooper (Se Beber Não Case e O Lugar onde Tudo Termina) no papel de Richie DiMaso, o agente do FBI responsável por prender Irving e Sydney em flagrante. Ao invés de condená-los, Richie quer a cooperação do casal golpista na aplicação de mais quatro armações afim de pegar o maior número possível de estelionatários, incluindo aí políticos e grandes nomes da máfia americana envolvida nos jogos existentes na costa oeste americana.

Obcecado por um resultado vultuoso de sua operação, o que lhe garantiria um lugar de destaque dentro do FBI e não apenas um mero cargo administrativo dentro da agência, Richie não poupa e nem energia para que os corruptos venham a tona. Assim temos a sequência que abre o filme com o trio – Irving, Sydney e Richie – em uma reunião com o prefeito Carlito Polito (Jeremy Renner, Os Vingadores e Guerra ao Terror), onde tentam se utilizar da reconstrução de Nova Jersey para uma arrecadação irregular de milhões de dólares.

Se antes era previsto apenas o envolvimento de personagens de prestígio da política americana (senadores e congressistas), a aproximação exagerada com a máfia americana dos jogos de azar acaba exigindo passos mais elaborados e caro (com o aluguel de jato executivo e andares inteiros de hotéis luxuosos) do FBI, algo que Richie consegue a duras penas e com muita, literalmente, luta. Mas nem toda essa sofisticação foi capaz de enganar o ‘poderoso chefão’ dos jogos, o senhor Victor Tellegio (Robert De Niro, Os Bons Companheiros e Última Viagem a Vegas), que astuto e desconfiado, descobre a farsa do árabe mexicano. E como o próprio personagem de Bale afirma, essa descoberta os colocam em algo muito pior que a cadeia.

Trapaça cria um mergulho incrível do espectador na década de 70. Imersão que se inicia já com a exibição retrô do logo da Columbia, passa pela cena mais clichê possível dentro de uma danceteria com os passinhos à la John Travolta e chega ao figurino, que uso de decotes abusivos, tanto femininos quanto masculinos, e que se encaixam perfeitamente nas belas silhuetas de Amy Adams e Jennifer Lawrence.

Jennifer, aliás, que faz jus a sua indicação ao Oscar ao incorporar toda a explosão temperamental de Rosalyn, uma mulher que acredita piamente ser a responsável pela resolução de toda a trama, sendo que o máximo que conseguiu foi deixar ela, o filho e Irving jurados de morte. Mas o seu talento não para por aí e são memoráveis as cenas de humor por ela protagonizadas, principalmente na hora de manusear um ‘forno científico’ que “tira nutrientes da comida e ainda ateia fogo na casa”; o embate com Amy Adams no banheiro feminino ou todas as tentativas de atrair a atenção de todos, negativamente, nas confraternizações que o marido frequenta. Nesses momentos entendemos o porquê de Irving mantê-la afastada de tudo.

Com toda essa investigação, Richie equivocou-se em apenas uma atitude: a de confiar plenamente em Irving. O personagem de Christian Bale não se sentia nem um pouco a vontade de, lentamente, ir delatando seus companheiros para o FBI, principalmente o prefeito de Nova Jersey, quem considerava muito. E ser jurado de morte foi a gota d’água. Como bom trapaceiro que sempre foi e sem a possibilidade de voltar ao passado depois de tudo que fez, Irving trabalha sorrateiramente para amenizar tudo aquilo que causou, direcionando os passos da investigação para aquele que menos culpa teve: o cabeça por trás da operação, Richie. Um desfecho que ocorre abrupto demais.

Observa-se em Trapaça uma excelente escolha para uma sessão dupla com O Lobo de Wall Street, que abordam dois temas praticamente idênticos (golpes financeiros), mas trazem protagonistas de perfis complemente diferentes: aqui David O. Russel vem com um Christian Bale comedido e pés no chão, enquanto Martin Scorsese nos traz um excêntrico Leonardo DiCaprio. Ambos longas trazem coadjuvantes competentes, embora estes adquiram um valor narrativo bem maior do que o observado em O Lobo de Wall Street, até mesmo por estarem em menor quantidade e pela menor ambientação geográfica da história de Trapaça, onde a interação com a história principal é maior. Se em 2013 tivemos um insosso O Labo Bom da Vida, 2014 temos razões melhores para torcer pelo filme de David O. Russell no Oscar.

NOTA: 4/5

 





Passou pelo cinema…

28 09 2013

O objetivo desse post é retirar o Universo E! um pouco do atraso de suas atualizações em relação ao cinema. Você poderá ver, por exemplo, que os filmes destacados e comentados aqui já saíram há uns bons dias dos cinemas e não gostaria de perder as anotações que fiz na época sobre cada um deles.

O que está posto a seguir não são as “Análises” propriamente ditas, a sessão mais frequentada e mais buscada por quem nos lê, mas acho válido elencar aqui os aspectos gerais das produções que estiveram em cartaz de meados de julho para cá, que será justamente o tema desse e dos próximos posts a seguir, comentados em geral ou em particular na sessão “Análises”.

Espero que gostem!

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CÍRCULO DE FOGO – Guillermo Del Toro (Hellboy e O Labirinto do Fauno) nos confirma que um típico filme blockbuster pode sim ter uma boa história e não basear-se apenas em ação e explosões.

Ciente do público alvo de sua história, a introdução consegue posicionar os seus personagens na trama e apresentar sua mitologia de forma rápida e sucinta. O surgimento dos Kaiju, monstros gigantes que surgiram das profundezas do Pacífico; a dificuldade da humanidade em derrotá-los em suas primeiras aparições até a criação dos Jaegers, um programa de defesa baseados em robôs gigantes, tal qual o seu adversário.

Tamanha dificuldade em controlá-los que eram precisos dois pilotos para guiar os robôs gigantes em ataque, o que só era possível através de neuro-conexão entre eles. Essa divisão de memórias cria um bom conflito emocional em seu ato principal, onde Raleigh (Charlie Hunnam, Filhos da Esperança e da série Sons of Anarchy) precisa ensinar a sua nova parceira, Mako Mori (Rinko Kikuchi, de Vigaristas, Como na Canção dos Beatles: Norwegian Wood e do ainda inédito Os 47 Ronins), a dominar as suas lembranças para que, juntos, possam mostrar o verdadeiro valor dos Jaegers. Os robôs passaram a ser desacreditados após uma fatalidade ocorrer com o irmão de Raleigh, Yancy Becket (Diego Klattenhoff, Depois da Terra e Xeque-Mate).

Se toda a trama principal tem o seu valor e consegue despertar o interesse do espectador, por outro lado, o núcleo utilizado como alívio cômico não é bem sucedido em seu propósito. Sempre que esse recurso é utilizado em cena, surge em tela momentos que destoam do bom grau de verossimilhança atingido pela trama principal. Entretanto, alguns desses mesmos personagens apresentam um valor narrativo, pois é justamente a partir deles que a história adquire um ritmo de urgência ainda maior com uma experiência para obter um conhecimento mais amplo sobre os monstros das profundezas oceânicas, mas que acabam fortalecendo-os inesperadamente.

Desvendando mais alguns segredos que se encaixam perfeitamente na mitologia estabelecida, o desfecho final  só não empolga mais ao trespassar o limite do aceitável ao se aproximar inconsequentemente do megalomaníaco, diminuindo (assim como o dito núcleo cômico) toda a natureza real criada habilmente até aqui.

P.S.: um acréscimo importante – o compositor indiano Ramin Djawadi (responsável pelas trilhas sonoras de Game of Thrones e Prison Break) realiza um trabalho excepcional na trilha sonora. Canções que lembram muito as trilhas de Transformers, Avatar e da trilogia O Senhor dos Anéis, sem perderem, contudo, os seus traços originais numa mistura gostosa e eclética entre a guitarra, a batida eletrônica e a música clássica. Ramin merece toda uma maior atenção maior em seus trabalhos futuros.

NOTA: 4/5

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O HOMEM DE AÇO – Os filmes sobre super-heróis tendem a fracassar como estrutura e como filmes relevantes num futuro não muito distante. E o fracasso virá ainda mais rápido se os estúdios continuarem a apostar nessa fórmula de reboot com o foco apenas em bilheteria.

A todo o momento, eles apostam em um novo super lançamento de um determinado personagem, num looping interno, mesmo com poucos anos (cinematograficamente falando) entre a antiga e a nova franquia. É o que se constata nesse novo O Homem de Aço; é o que se viu no lançamento recente do último O Espetacular Homem-Aranha e é o que se verá no novo Super-Homem com a participação de Ben Affleck (re)vivendo o homem-morcego no Batman vs Superman, previsto para 2015.

Até quando o fôlego e o entusiasmo dos fãs manterá essa nova tendência da indústria de Hollywood? Torçamos, para o bem dela, que seja por pouco tempo. Não quero ver uma nova leva de filmes baseados nos componentes de Os Vingadores, a partir de 2025 por exemplo.

Esse é o mal que sofre O Homem de Aço. Pouco adianta acrescentar novos detalhes no mundo de Krypton; criar novas explanações para o S no peito de Clark Kent, encarnado agora pelo apenas regular Henry Cavill (Imortais e Stardust – O Mistério da Estrela); inserir novos detalhes em paisagens e cenários já largamente usados em todas as outras mídias em que a história dele foi contada.

O desânimo geral aumenta ainda mais com a relativamente longa de introdução do longa de Zack Snyder (diretor de 300 e Sucker Punch: Mundo Surreal). O envio do último cidadão de Krypton à um planeta distante devido as circunstâncias nada promissoras em sua terra natal, todos já sabem de cor e salteado. Seria preciso muita criatividade para acrescentar algo de interessante aqui e em O Homem de Aço, claramente, não a temos! E a suposta traição de seus pais – vividos por Russell Crowe (Os Miseráveis e Gladiador) e Antje Traue (Pandorum e 5 Dias de Guerra) – para com Krypton ao enviar o recém-nascido Kal-El para cá é o combustível para a vingança do general Zod (Michael Shannon, de O Abrigo e Vanilla Sky) e o motivo pelo qual o vilão volta suas preocupações para a Terra.

A longa permanência da história em Krypton em seu início obriga os responsáveis pelo roteiro – escrito por Daniel S. Goyer e Christopher Nolan, dupla também responsável pelo roteiro da trilogia de O Cavaleiro das Trevas – a abordarem a infância e juventude do agora Clark, assim como o seu convívio com os Kent’s -Kevin Costner (Os Intocáveis e O Mistério da Libélula) e Diane Lane (Jumper e Mar em Fúria) – ao longo do filme através de flashbacks. O início do relacionamento dele com Lois Lane, a apagada Amy Adams (O Vencedor e Prenda-me se for Capaz), sua batalha na Terra contra Zod (que realmente impressiona com a magnitude e ritmo alcançados) carecem de algo novo que possa verdadeiramente despertar uma atenção maior do espectador. Não há algo novo ou surpreendente que torne  O Homem de Aço inesquecível. Ou até mesmo um bom passatempo.

NOTA: 2/5

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SEM DOR, SEM GANHO – A maior surpresa dessa nova produção de Michael Bay (dos Transformers e Armageddon) é não se situar num gênero específico. Você sai da sala de cinema sem compreender se o que acabou de assistir é uma comédia, um drama ou um filme de ação/suspense. E, possivelmente, desmantela qualquer concepção que alguém possa ter feito antes de assisti-lo.

O drama está aí. A ação e o suspense também. A comédia ainda mais: desde aquela cena sucinta ou criativamente elaborada até a mais escatológica das cenas típicas dos besteróis que só Hollywood tem capacidade de fazer, sem desmerecer em nenhum momento a história que vem sendo contada. Em meio a tudo isso, Sem Dor, Sem Ganho ainda consegue construir com propriedade sua própria tese política sobre a sociedade americana, em particular, e a ocidental como um todo, mesmo que esse não seja um dos seus principais objetivos.

Se essa descrição pura e simplesmente consegue resumir a receita para um fracasso total de uma realização para o cinema, é justamente a junção de aspectos tão contraditórios entre si que fazem este filme valer a pena.

A começar pelo trio de protagonistas com Daniel Lugo (Mark Wahlberg, Um Olhar do Paraíso e Ted), Paul Doyle (Dwayne Johnson, Velozes e Furiosos 5, 6 e do próximo 7 e O Escorpião Rei) e Adrian Doorbal (Anthony Mackie, Guerra ao Terror e Os Agentes do Destino), onde seus atores encontram-se inspiradíssimos em suas atuações ao retratar o inconformismo de seus personagens com suas respectivas vidas, grande parte delas dentro de uma academia de ginástica. Esse é o grande motim que desencadeia tantas situações hilárias e absurdas.

Assim passam a arquitetar uma forma de sequestrar um milionário frequentador dessa academia e aluno do Daniel Lugo, Victor Kershaw (Tony Shalhoub, o eterno Monk), e se apossar de toda sua fortuna. Sem muita experiência no ‘ramo’, o plano infalível do trio parada dura segue aos trancos e barrancos, baseando-se sempre no esquema tentativa-e-erro. Mais erros do que tentativa propriamente dita, que por uma série de fatos insanos, tal trambique consegue funcionar milagrosamente.

Mas por não saberem o exato ponto onde parar e a ambição põe tudo o que conquistaram (criminosamente) a perder.

NOTA: 4/5





ANÁLISE: O Lado Bom da Vida

20 02 2013

CORRIDA DE OURO – OSCAR 2013

Patrick ou simplesmente Pat, personagem de Bradley Cooper (Sem Limites e dos dois Se Beber, Não Case) acaba de sair de um hospital psiquiátrico em Baltimore, onde passou os últimos oito meses. Bipolar, sua internação foi necessária para controlar a sua agressividade e suas contínuas alterações de humor, principalmente após ver o seu casamento arruinado com a traição de sua esposa Nikki (a novata e desconhecida Brea Bee), o que agravou ainda mais a sua situação.

Na tentativa de aos poucos retomar a sua rotina habitual, Pat encontra muitas dificuldades de entrar nos eixos novamente: a decisão judicial que o mantem a uma distância regulamentar de Nikki, dificulta qualquer tentativa de reconciliação com a esposa; na escola onde trabalhava, todos os colegas tem um certo receio de estabelecer uma mínima conversação com ele, assim como seus vizinhos e conhecidos. Quem mais sofre com esse retorno ao convívio social de Pat são seus pais interpretados pela Jacki Weaver (Reino Animal e Picnic na Montanha Misteriosa) e o pelo indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante Robert de Niro (Os Bons Companheiros e Stardust – O Mistério da Estrela). Felizmente, nem todos temem uma aproximação de Pat e é exatamente durante o jantar numa casa de amigos que ele acaba conhecendo a irmã da anfitriã, Tiffany (papel da belíssima Jennifer Lawrence, Jogos Vorazes e Inverno da Alma), principal fio-condutor da trama.

As boas incursões de humor do roteiro de O Lado Bom da Vida são frutos da dinâmica e da química de Bradley Cooper e Jennifer Lawrence em tela com seus personagens problemáticos. Por não serem exatamente pessoas normais nunca sabemos o que realmente esperar deles, o que foi pouco explorado na adaptação do roteirista e diretor e duplamente nomeado ao Oscar, David O. Russell (O Vencedor e Três Reis). Uma abordagem maior dessa inesperada amizade poderia render mais bons momentos ao longa e o tornaria ainda mais divertido. Além de não explorar todo o potencial (e o talento dos atores) desses personagens, há inserção de outros personagens que aparecem uma hora ou outra, mas não são plenamente desenvolvidos, casos do doutor Cliff Patel (o indiano Anupam Kher) e terapeuta  de Pat e de seu colega de internação Danny, interpretado por Chris Tucker (trilogia A Hora do Rush e O Quinto Elemento).

Um ponto interessante a ser observado aqui é a irônica relação de Pat com o pai, que sente saudades da aproximação maior que tinha quando o filho era mais novo e as influências (na opinião dele e que são brilhantemente rebatidas porTiffany) que a distância gera na sua maior paixão: o futebol americano. A obsessão do senhor Pat com o esporte aliás, indica sintomas do TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo -, uma clara indicação de quem Pat herdara a sua bipolaridade.

Com uma história não mais razoável, não há nada de inovador na exploração da troca de favores entre o concurso de dança de Tiffany para que ela possa ser uma interlocutora entre Patrick e a ex-esposa e com um desfecho nem um pouco empolgante (Pequena Miss Sunshine se sai bem melhor em abordar algo semelhante) é até questionável O Lado Bom da Vida ser indicado em todas as principais categorias do Oscar – filme, diretor, ator, atriz e roteiro. Há os bons momentos, mas nada o suficiente que justifique uma premiação.

NOTA: 3/5

 





RETROSPECTIVA 2011 – parte 1

18 12 2011

RETROSPECTIVA 2011

JANEIRO

A Rede Social: um dos destaques de 2011

O primeiro filme comentado em 2011 foi A Rede Social. O longa onde tomei conhecimento de Jesse Eisenberg, que pelo trabalho realizado nesse filme já está no grupo de atores/atrizes que merecem ter a carreira acompanhada de perto. Se ainda não assisti aos outros filmes dele, gostei bastante da dublagem de Blu na animação Rio. Quem também pintou na sessão de Análises do Universo E! foi Scott Pilgrim.

O ano de 2011 começou com um pequeno equívoco que já estou me precavendo para não cometê-lo novamente: a publicação da Retrospectiva 2010 em janeiro de 2011! Este ano (como você já está lendo agora), a Retrospectiva foi publicada no seu mês tradicional que é dezembro.

Felizmente, uma das minhas previsões (ainda) não se concretizou. Nas vésperas do lançamento para home vídeo de Tropa de Elite 2, o único formato disponível para compra era o blu-ray. Que bom que esse caso foi a exceção, pois não tivemos outros casos que o DVD tenha sido deixado de lado, priorizando apenas o lançamento do raio azul. Embora muita gente se vanglorie por aí com a qualidade superior de som e imagem (e realmente são superiores), não pretendo investir tão cedo nessa nova tecnologia. Não vejo problema nenhum em continuar consumindo boxes de séries e filmes em DVD.

Em janeiro o Universo E! só comeu bola. Depois de prever errado o blu-ray versus DVD, noticiamos um especial de Justin Bieber na febre televisiva da época, Glee. E fui prontamente desmentido pelo criador da atração, Ryan Murphy. Se bem que desde maio de 2010, já tínhamos um post falando sobre a distância que Glee queria manter (e mantem) de Bieber. Bem ou mal, a informação errada já tinha sido postada.

Neste mês os nerds fãs dos nerds de The Big Bang Theory só tiveram razões para comemorar: a sua série favorita foi renovada de uma só vez até a 7ª temporada, enquanto na época ainda era exibida os episódios finais da 4ª temporada. Uma decisão mais do que acertada, pois o decorrer do ano e a fatídica queda de Charlie Sheen de Two and Half Men colocariam TBBT como a principal atração do horário nobre da CBS, emissora responsável pela exibição dessas atrações nos EUA.

Evento tradicional do primeiro mês de cada ano é a entrega do Globo de Ouro que em 2011 premiou A Rede Social como melhor filme dramático, que também levou o de melhor direção por David Fincher o e melhor filme de comédia foi Minhas Mães e Meu Pai.

Na preparação para o Oscar 2011, foram soltas em janeiro, as chamadas para a transmissão envolvendo Anne Hathaway e James Franco. Pena que a diversão presente nesses ‘comerciais’ não tenham sido levadas para o show em Kodak Theatre.

 

FEVEREIRO

A emissora mais feliz do Brasil garantiu a felicidade desse blogueiro em fevereiro

Já chegou batendo recordes no Universo E! Logo no primeiro dia do mês passamos dos mais de 100 acessos em único dia com a informação da troca de canal do SBT na cidade de Campinas. A TVB Campinas passou a ser a afiliada da Rede Record na cidade, enquanto o canal do Silvio Santos passara a ser transmitido pelo canal 29 sem os programas locais.

Precedendo a grande festa do cinema mundial (não me canso de repetir essa frase SEMPRE!), os cinemas ou as distribuidoras mais precisamente, despejaram uma overdose de bons filmes nas telonas: Cisne Negro, Lixo Extraordinário, Minhas Mães e Meu Pai, O Vencedor, O Turista, O Discurso do Reiopção de filme era o que não faltava!

O Discurso do Rei seria, em 27 de fevereiro, o coroado com o Oscar de melhor filme. A transmissão foi acompanhada ao vivo pelo Universo E! que apresentava seus comentários não mais pelo post do blog, mas sim pelo seu perfil na rede social Twitter – modelo que passou a vigorar para qualquer cobertura nossa desde então.

Foi lançado aqui, simultaneamente com o blog Diário de Bordo do crítico Pablo Villaça do site Cinema em Cena, a campanha Por Mais Educação nos Cinemas. Digo simultaneamente, porque antes mesmo da publicação do manifesto pelo Pablo, já vinha escrevendo um esboço de um texto sobre o mesmo tema já há algum tempo devido aos contratempos que vinha tendo nas sessões em que estava presente.

MARÇO

A animação Rio caiu nas graças da audiência mundial

 

Foi o mês que Charlie Sheen foi demitido de Two and Half Men.

Foi o mês em que a fachada do Copacabana Palace serviu de tela para a projeção de Rio. A animação com a tutela de Carlos Saldanha (trilogia Era do Gelo) encantaria o mundo todo.

O Universo E! teve a primeira oportunidade de participar de uma cabine de imprensa ao ganhar um ingresso para conferir em primeira mão o show U2 3D pela Mobz Live.

A campanha Por Mais Educação nos Cinemas ganhou o seu segundo post. Nele, relatei as principais dificuldades que passei (e continuo passando) dentro das salas de cinema.

E The Walking Dead ainda pode ter uma participação (que ainda não ocorreu) de Stephen King. De acordo com a nota na época, King pode vir a escrever um episódio para a série do canal AMC. Atualmente no hiatus da 2ª temporada, a participação do escritor ainda pode ocorrer no terceiro ano do drama.

ABRIL

O mês de abril de 2011 foi negro! Não pelo fato do blog completar 2 anos e os números até a data de aniversário você pode conferir aqui, no post original.

Mas abril foi negro devido a interrupção de acesso a internet desse que vos fala. Nunca na minha vida, desde que virei internauta, passei tanto tempo sem ter uma conexão decente a internet em casa. Apartir de abril, as atualizações do Universo E! ficaram pendentes de uma boa lan-house, o que é difícil de achar.

Resultado: o post sobre os dois anos do Universo E! foi a única atualização de abril. Abril negro!!!

MAIO

Piratas do Caribe liderou as férias de meio de ano nos cinemas em 2011

Devido ao grande tempo em fiquei off-line, uma das maneiras que encontrei para não deixar o blog parado foi criar a sessão A Rede pelo Twitter. Uma forma fácil e rápida de construir um post off-line, utilizando basicamente a porca conexão de internet do celular. O tema de estreia teve como base o lançamento mundial de Piratas do Caribe 4: Navegando em Águas Misteriosas, abordando o famoso capitão de Johnny Depp, a antipatia dos fãs pela Penelope Cruz, etc e tal.

Nas telonas, conferimos Os Agentes do Destino. Ficamos sabendo que Rei Leão, quem diria, ganharia as salas de cinema novamente coma conversão da animação para a projeção 3D. E mudamos um pouquinho a nossa programação ao fazer uma observação sobre o momento que o mercado fonográfico vinha passando naquela época.

JUNHO

Três assuntos dominaram o mês de junho no Universo E!.

1)     Amanhecer – Parte 1 ganhou o seu primeiro trailer. Bom!

2)     Saiu a primeira imagem de O Hobbit dias depois dos dois filmes baseados na obra de J. R. R. Tolkien terem seus subtítulos e estreias definidos.

3)     Harry Potter. Encantando gerações desde 2001, o mais famoso bruxinho do cinema teria sua saga encerrada no mês seguinte e para celebrar essa ocasião, o Universo E! começou a preparar um especial revisitando todos os longas produzidos até então. O fenômeno do bruxinho ainda ganhou mais uma atualização devido ao rápido esgotamento dos ingressos para a pré-estreia de Relíquias da Morte – parte 2 em 15 de julho.

 

 





Fraca cerimônia premia o fraco O Discurso do Rei

28 02 2011

E chega ao fim mais um Oscar.

As estatuetas foram diluídas entre todos os indicados. O Oscar 2011 teve dois grandes vencedores com 4 prêmios: O Discurso do Rei e a garnde surpresa da noite e que merecia muito mais do que isso, A Origem, de Christopher Nolan. Mas já é alguma coisa ele figurar entre os mais premiados da noite.

De toda forma, A Rede Social veio logo atrás, vencendo três categorias e O Vencedor, Alice no País das Maravilhas e Toy Story 3 com dois prêmios cada. O reconhecimento da Academia pelo excelente trabalho realizado por Natalie Portman em Cisne Negro.

E pela primeira vez, o Universo E! fez sua cobertura completa através do perfil no Twitter: www.twitter.com/universo_e.

É isso aí! A partir de agora, começa para valer o ano 2011 do Cinema!





Maratona Oscar 2011

24 02 2011

Queria ter um pouco mais de tempo para comentar detalhadamente os filmes que tenho assistido por conta da aproximação do Oscar 2011. Tive tempo apenas de comentar O Vencedor, mas as análises pararam por aí.

Mas para não deixar o Universo E! parado nessa época tão movimentada resolvi escrever breves comentários sobre os filmes recentemente vistos e que estão concorrendo ao Oscar. Vamos lá!

LIXO EXTRAORDINÁRIO – O documentário faz jus ao nome e nos mostra o quanto extraordinário pode ser o lixo manuseado sabiamente. O documentário, uma produção britânica-brasileira, relata o trabalho do artista plástico brasileiro e de renome internacional, Vik Muniz.

O resultado final desse trabalho é todo proveniente do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho, o maior aterro sanitário do mundo em quantidade de lixo recebido por dia. Tantos os produtos aparentemente sem valor, e transformados em verdadeiras obras de arte, as fotografias, os personagens e suas histórias são provenientes do Jardim Gramacho. Uma verdadeira lição de vida.

Se no início essa dura realidade parece não afetar (e muito menos entristecer) a vida de milhares de catadores que trabalham no local, basta conhecerem outra realidade (participando desse projeto) para obterem uma nova perspectiva da vida e uma nova oportunidade para um novo recomeço. Brilhante!

O DISCURSO DO REI – Produção britânica concorrendo na categoria de melhor filme relata a dificuldade de um herdeiro do trono da Grã-Bretanha em dominar a gagueira e se tornar um fator de unificação de todos os domínios da Inglaterra em tempos de guerra. Não tendo assitido Minhas Mães e Meu Pai e Inverno da Alma, considero esse o mais fraco entre os indicados.

Uma narrativa que empolga apenas em certos momentos, não sendo capaz de manter o interesse do espectador em sua totalidade, e só empolga quanto o ator Geoffrey Rush ocupa a telona com seu carisma. Fora isso, O Discurso do Rei tem uma históra sem propósito desconsiderando a obviedade presente no título.

CISNE NEGRO – O franco favorito até aqui! Cisne Negro acompanha toda a pressão que a bailarina vivida por Natalie Portman sofre desde que é escalada para viver os dois papéis principais da obra O Lago dos Cisnes – o Cisne Branco e o Cisne Negro – até a derradeira apresentação de estreia da nova temporada do show.

Forçada ao máximo e pressionada por todos os lados: a obsessão de sua mãe (ex-bailarina e que abandonou a carreira para criar a filha), a pressão sofrida pelo diretor para que ele se afaste da zona confortável de representar o Cisne Branco e incorporar não só no palco, mas na vida, as características do Cisne Negro e a inveja do restante do elenco para ocupar o papel de destaque de Natalie Portman.

Conforme o dia da estreia se aproxima, a narrativa ganha mais velocidade – acompanhada ferozmente pela trilha sonora – e profundidade (ganhando ares de um thriller de ballet), até alcançar o ápice do longa e do show. Fantástico!

127 HORAS – Esse é o típico filme que se o ator não for bem escolhido, ele pode estragar completamente o projeto – seja bom ou ruim – do longa. Mas 127 Horas não sofreu com esse erro ao contar com o carisma de James Franco (o próximo apresentador do Oscar) que encarna muito bem o aventureiro inconsequente Aron Ralston.

A narrativa e a performance de James Franco não deixam nunca a emoção do longa cair de nível. Isso somado ao ótimo trabalho de direção de Danny Boyle, a assinatura musical de A. H. Rahman (dupla essa reponsável pelo Quem Quer ser um Milionário?) e a ótima fotografia.

Corta a alma acompanhar a agonia solitária de Aron em meio aos canyons americanos. E é uma proeza contar uma história dessas com extrema habilidade e sem tornar o filme tedioso.





Overdose de bons filmes!

4 02 2011

image image Na realidade já esperava por isso!

 

Há dois posts abaixo, anunciando a cobertura do Universo E! para o Oscar 2011, mencionava a tal ‘maratona’ de filmes indicados com estreias previstas para esse mês.

 

Isso já pode ser notado com as grandes estreias dessa sexta (dia 04) nos cinemas brasileiros: Cisne Negro, O Discurso do Rei e O Vencedor. Dependendo da sua cidade, você ainda pode conferir oustros indicados como o documentário Lixo Extraordinário ou a comédia Minhas Mães e Meu Pai.

 

Outros filmes interessantes também despertam o interesse do espectador, mesmo sem serem indicados a estatueta dourada: Deixe-me Entrar, Além da Vida, Santuário ou O Turista.

Haja dinheiro. Haja tempo livre. Haja disposição para acompanhar tantas novidades assim em tão pouco tempo. Mas jamais devemos reclamar, porque nunca se sabe quando vai aparecer e quanto tempo vai durar aquela época de marasmo cinematográfico, onde não estreia nada de bom no cinema.








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Ex-Secretário de Estado da Educação e Ex-Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo. Atual Presidente e Imortal da Academia Paulista de Letras. Membro da Academia Brasileira de Educação. É o Reitor da UniRegistral. Palestrante e conferencista. Professor Universitário. Autor de dezenas de Livros: “Ética da Magistratura”, “A Rebelião da Toga”, “Ética Ambiental”, entre outros títulos.

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